“A Dança em Nós” aborda o autoconhecimento para se relacionar com o mundo

“A Dança em Nós” aborda o autoconhecimento para se relacionar com o mundo
A DANÇA EM NÓS / CRÉDITO DIVULGAÇÃO

Espetáculo “A Dança em Nós” apresenta pessoas com deficiência para refletir sobre os limites do próprio corpo em entender sua relação com o mundo, com o outro e consigo mesmo

Com Assessoria de Imprensa

A Cia Experimental de Dança Movimentarte, em parceria com a Tangará Cia de Dança e Palíndromo Coletivo Artístico, estreia o espetáculo “A Dança em Nós” no próximo dia 30 de setembro, no Teatro Arthur de Azevedo, em São Paulo (SP).

Com o objetivo de abrir espaço para a diversidade e potencializar talentos de bailarinos com Síndrome de Down, a montagem trabalha com a integração da sociedade e o universo das pessoas com deficiência. Além do Teatro Arthur de Azevedo, o espetáculo fica em cartaz de 14 a 16 de outubro no Teatro Paulo Eiró e nos dias 20 e 21 de outubro no Teatro Spazio Itália.

“A Dança em Nós” busca amenizar o capacitismo estrutural impregnado na sociedade e, na maioria das vezes, invisível àquele que não tem contato com esse universo plural.

A grande motivação do trabalho é exaltar a potência das relações humanas a partir das conexões entre pessoas com diferentes características, condições e necessidades, por meio da performance artística em dança, cujo trajetória inicia-se a partir do estudo corporal feito com e para pessoas com deficiência intelectual (em sua maioria, com síndrome de Down) através de atividades específicas para o aprimoramento da capacidade física, intelectual, cognitiva e social.

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O espetáculo é uma continuidade da pesquisa realizada pelo grupo e que deu origem ao vídeo de dança homônimo exibido no último mês de agosto na Oficina Cultural Oswald de Andrade e que também está disponível online.

“A Dança em Nós” ressalta o poder da dança como um caminho para o autoconhecimento, expressão, comunicação e integração social. “Fomos buscar a intenção do trabalho na polissemia da palavra ‘nós’: ela é o plural de nó (relações, conexões e emaranhados) e também o pronome da primeira pessoa do plural.

A dança permite que a gente explore a temática da deficiência e a integração real das pessoas com deficiência no mundo por meio da compreensão, empatia, buscando entender que todos nós temos nossas limitações e realidade.

Foi dessa imagem do nó e a relação com o nós que surgiu o embrião da nossa pesquisa”, explica Lígia Oliveira, responsável pela direção e coreografia da montagem.

O que começou como uma ferramenta de inserção de bailarinos com deficiência no mundo da dança, se mostrou uma pesquisa muito mais ampla.

“O que trouxemos para o palco foi uma busca profunda por autoconhecimento. Trabalhamos muito essa questão ao longo do processo de criação. Vimos que estávamos falando na sala de ensaio sobre as relações humanas e o quanto minhas ações podem me transformar e transformar o outro. Temos em cena corpos diversos, que se movimentam de maneiras diferentes e se relacionam com o espaço também de maneiras diferentes. Ao prestar atenção em nós, descobrimos que podemos transformar nosso olhar para o mundo. Ser mais empáticos e não ficar o tempo inteiro assumindo máscaras e nos encaixando em padrões”.

“A Dança em Nós”
“A Dança em Nós”. Crédito Divulgação

Da brasilidade ao soturno

Para criar o espetáculo, o diretor coreográfico, Guilherme Rienzo partiu de ritmos bem brasileiros, para que os bailarinos pudessem transformar sua relação com o chão. Porém, o que se vê em cena é um trabalho com um tom soturno, que reflete a profundidade que é uma viagem em busca de autoconhecimento, sem perder a delicadeza e o lúdico.

A influência da brasilidade aparece na trilha sonora, cuidadosamente selecionada pelo próprio coreógrafo e também pelo diretor artístico Diego Dac.

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Guilherme observa que, apesar de possuir um elenco com pessoas com e sem deficiência, o que se vê em cena não é um espetáculo de dança contemporânea café com leite. “Trabalhamos demais a intenção da dança e do movimento. Temos uma companhia verdadeiramente inclusiva, com bailarinos profissionais e não profissionais, que não dançavam há muito tempo. A ideia é mostrar que a dança é um lugar acolhedor de verdade e uma arte em que é possível se expressar de maneira muito potente”.

Serviço “A Dança em Nós”

Dias 30/9, 1º e 2/10 – sexta e sábado às 21h e domingo às 19h

Teatro Arthur de Azevedo – Avenida Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca

Ingressos gratuitos, com retirada uma hora antes da exibição

Dias 14, 15 e 16/10 – sexta e sábado às 21h e domingo às 19h

Teatro Paulo Eiró – Avenida Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro

Ingressos gratuitos, com retirada uma hora antes da exibição

Dia 20 e 21/10 – quinta e sexta às 20h

Teatro Spazio Itália (Uniitalo)

Avenida João Dias, 2046 – Santo Amaro

Ingressos R$30 (inteira) e R$15 (meia)

Vendas online pelo Sympla e também no local, duas horas antes da exibição.

Instagram: https://www.instagram.com/danca_em_nos/

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