Há 91 anos mulheres conquistaram o direito de votar no Brasil

Há 91 anos mulheres conquistaram o direito  de votar no Brasil

Hoje é um dia muito importante para todas as mulheres brasileiras. Há exatos 91 anos, no dia 24 de fevereiro de 1932, foi conquistado o direito ao voto feminino no Brasil, resultado da força do movimento feminista da época.

Ainda na década de 1920, a professora Maria Lacerda de Moura e a bióloga Bertha Lutz fundaram a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher – um grupo de estudos cuja finalidade era a luta pela igualdade política das mulheres.

Essa organização tinha como objetivos básicos:

“Promover a educação da mulher e elevar o nível de instrução feminina; proteger as mães e a infância; obter garantias legislativas e práticas para o trabalho feminino; auxiliar as boas iniciativas da mulher e orientá-la na escolha de uma profissão; estimular o espírito de sociabilidade e cooperação entre as mulheres e interessá-las pelas questões sociais e de alcance público; assegurar à mulher direitos políticos e preparação para o exercício inteligente desses direitos; e estreitar os laços de amizade com os demais países americanos.”

91 anos e a luta pela igualdade se mantém

Foi graças à pressão delas e de suas companheiras que nós, mulheres brasileiras, conquistamos o direito de votar e também de sermos votadas.

É inegável que nesse movimento, mulheres pretas, pobres e periféricas ficaram à margem, mas com o advento do feminismo negro e do feminismo interseccional, essas mulheres também foram com muita luta ocupando o seu espaço e deram importante contribuição na defesa e manutenção dos direitos femininos.

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Data passa a ser celebrada oficialmente com Dilma

E foi com a a primeira mulher eleita para ocupar a Presidência da República, Dilma Rousseff, que a comemoração dessa conquista, passou a fazer parte do calendário oficial do governo federal.

Em 2015, Dilma promulgou a lei 13.086/15, instituindo a comemoração do “Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil”.

Luta por mais representatividade

Apesar dos avanços ao longo dos anos, sabemos que a luta das mulheres por igualdade de direitos e respeito continua, inclusive na representação política. Afinal, somos a maioria do eleitorado, mas ainda somos poucas nas câmaras legislativas

De acordo com o último Censo do IBGE, as mulheres representam aproximadamente 50,7% da população brasileira, mas no Congresso Nacional, as mulheres representam aproximadamente 12,8% dos parlamentares brasileiros.

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Sufragistas

A onda da luta por democracia emergiu no ocidente a partir do século XVIII em países como França, Inglaterra e os Estados Unidos.

Na França e Inglaterra, o absolutismo deu lugar a sistemas parlamentares e republicanos. Nos EUA, foi o colonialismo que perdeu seu lugar para a nova forma de organização política. E o funcionamento desses sistemas dava-se pelo voto: candidatos eleitos representavam a população no governo.

Mas as minorias sociais ficaram de fora da possibilidade de sufrágio.

O direito ao voto foi negado às mulheres baseado na premissa machista de que elas eram incapazes de tomar decisões e atuar no meio político.

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Algumas mulheres começaram a se rebelar e reivindicar o seu direito ao voto, surgindo assim o movimento sufragista, que representou também a primeira onda do feminismo.

A história da luta pelo direito de voto das mulheres inglesas foi retratada no filme “As Sufragistas”, que estreou em 2015, autoria de Abi Morgan e direção de Sarah Grovan.

A história se passa em 1912 e mostra a dura realidade das mulheres que precisaram lutar para serem reconhecidas como algo além de objetos, e pelo direito ao voto.

Firminas e Rede Lume reverenciam o empenho que culminou na conquista do voto feminino e lembram que a batalha deve ser contínua, para que não tenhamos nossos direitos retirados.

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