Mulheres 50+: empresas não enxergam o potencial de trabalho e consumo das mulheres com mais de 50 anos

Lu Magalhães*

No planeta, teremos em 2025 um contingente de um bilhão de mulheres no período da pré-menopausa ou menopausa, em um contexto populacional estimado em 8,2 bilhões de habitantes, de acordo com a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU). São consumidoras com potencial global de movimentar US$ 600 bilhões, entretanto, o mercado nacional segue míope. Em contrapartida, alguns países já estão alertas para as demandas desse enorme mercado consumidor; nos Estados Unidos, por exemplo, uma série de tecnologias já estão sendo desenvolvidas para atender as mulheres nessa fase da vida, marcada pelo fim do ciclo reprodutivo.

Gostaria de aprofundar mais essa conversa, porque é um tema muito associado à participação feminina no mercado de trabalho. Não vejo muitas mulheres 50+ sendo contratadas pelas grandes empresas ou pelas startups. E, na minha percepção – com a experiência de uma executiva –, seria fundamental contratar mais profissionais para desenvolverem e gerirem produtos e serviços dedicados às prateadas. Ou seja, a autoridade conquistada pela vivência dessa executiva pode contribuir muito para uma linguagem adequada a essa consumidora.

Mulheres 50+

O mundo ocidental rende muitos elogios para a juventude, ao passo que descredencia as pessoas mais velhas. Quando falamos de inclusão e diversidade, sempre nos esquecemos que os 50+ também estão em uma faixa de invisibilidade social que é inadmissível. As mulheres, neste contexto, são as mais prejudicadas. Como cidadãs e como consumidoras temos que levar essa pauta da longevidade feminina para todos os fóruns possíveis de debate. Temos voz e devemos nos fazer ouvir!    

Lu Magalhães é presidente da Primavera Editorial, sócia do PublishNews e do #coisadelivreiro. Graduada em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui mestrado em Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da Pennsylvania, Estados Unidos). Atua no mercado editorial nacional e internacional há mais de 20 anos.